Tribuna Livre: Câmara abraça a inclusão social e planeja oferecer curso de libras

A Câmara Municipal tem buscado ativamente torna-se um órgão mais inclusivo, de modo a permitir que seu trabalho esteja acessível a mais cidadãos. Recentemente, após a realização de audiência relacionada à inclusão, ficou evidente a necessidade de garantir que os cidadãos surdos também possam acompanhar as sessões ordinárias e demais eventos legislativos. Pensando nas melhores soluções, o professor e tradutor de libras Marcos Ferreira da Cruz fez uso da Tribuna Livre para apresentar um projeto para os órgãos públicos municipais.

A proposta foi apresentada na sessão ordinária do dia 3 de maio, com a presença de surdos no Plenário, e a tradução simultânea feita por voluntários. Marcos destacou as deficiências na inclusão dos surdos: "se um surdo chegar na Santa Casa, na UPA ou em um postinho de saúde e falar que está doente, será que o médico sozinho - sem um intérprete - vai saber o que ele está sentindo?".

A ideia dele é capacitar de 10 a 14 pessoas em um nível avançado de libras voltado para os órgãos públicos. Essas pessoas serão multiplicadoras e ensinarão conhecimentos básicos para toda a comunidade paraisense. "É uma coisa a se estudar. Temos dois surdos capacitados para isso, porque geralmente esses cursos são ministrados por surdos, acompanhados de um ouvinte, até que a comunicação comece fluir de uma maneira legal". Marcos ainda pontuou que uma vez que São Sebastião do Paraíso der o pontapé, será um estímulo para que a região também busque avançar nesse sentido.

O vereador Vinicio Scarano (CIDADANIA) afirmou que "é um projeto muito maior do que a interpretação de libras nas sessões da Câmara. É um curso de libras anual através da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso". Maria Aparecida Cerize (PSDB) ressaltou que a Casa Legislativa é sensível à causa da inclusão e afirmou que "quanto mais pessoas souberem e falarem libras, melhor será para as pessoas que não têm audição".

Sérgio Gomes (PTB) opinou que a acessibilidade está muito aquém e que precisa avançar. "É preciso que a sociedade evolua e compreenda que as pessoas com deficiência são capazes de integrar e contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e harmônica". Pedro Delfante  (PL), José Luiz das Graças (PRB) e Luiz de Paula (PP) também manifestaram apoio à proposta. "Queremos que a Câmara seja modelo em Minas Gerais. Começamos capacitando dez, depois mais dez, mais dez... E logo teremos servidores capacitado na Casa", encerrou o presidente Lisandro Monteiro (SD).