Projeto presta homenagem e dá nome ao prédio da Câmara Municipal

Um projeto de resolução apresentado nesta semana dá nome ao prédio da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso, denominando-o de "Edifício Darci Ferreira". Conforme o vereador Jerônimo da Silva, autor da proposta, o homenageado foi "amoroso chefe de família e amigo leal que deixou uma lacuna que jamais será preenchida".

Currículo: Darci Ferreira | 18/06/1947 - 23/05/2019

O texto abaixo, elaborado por familiares de Darci, foi anexado ao projeto de lei.

Nascido em Imbituba - Santa Cataria, filho de Abdon João Ferreira e Maria Donata. Saiu de sua cidade natal muito cedo, vindo para Santos – SP, onde trabalhou como estivador no Moinho Pacífico. 

Chegou a São Sebastião do Paraíso no final de 1978 para ajudar o amigo Felipe Haddad (em memória) a inaugurar o restaurante Recanto Amigo, o qual hoje é o clube dos funcionários da Prefeitura Municipal. Ficou no restaurante até meados de 1980. O que era para ser somente uma visita de inauguração se tornou morada fixa, ele se apaixonou pela cidade e por sua esposa, resolveu ficar, abriu um barzinho chamado “Pileque” na Avenida Oliveira Rezende e, no mesmo ano, se casou com Filadélfia Inácia Silva. Tiveram dois filhos, Abdu Ferreira, servidor da Câmara Municipal, e Maria Leonor Ferreira, enfermeira padrão. 

Permaneceu com o bar até 1983, ano em que começou a trabalhar na Prefeitura Municipal como auxiliar, ficando até 1985.         Foi coordenador da Guarda Mirim, na qual um grupo de jovens trabalhavam realizando o serviço de estacionamento rotativo no centro da cidade (Zona Azul), serviço gerenciado pela maçonaria. Voltou a trabalhar na Prefeitura no final de 1987, como encarregado e secretário de gabinete até 1996.

Entre 1996 e 2000 teve várias atividades: garçom, churrasqueiro, abriu um restaurante no clube Paraisense, organizava bailes no clube aos finais de semana. Em novembro de 2000, começou a trabalhar na Rádio Ouro Verde e TV Paraíso, com um grande amigo Antonino José Amorim (em memória), onde trabalhou até 2002. Ao fim de sua careira de trabalho, foi chefe de gabinete da Presidência da Câmara Municipal, e permaneceu até se aposentar.

Darci Ferreira, homem trabalhador e sempre bem-humorado era amigo dos amigos verdadeiramente. Tinha suas paixões: sua família, o neto Gustavo Magno Campos Ferreira e a pescaria. Sua pesca era de redes e tarrafas que ele mesmo fazia. Amava sua terra natal, falava do Sul com muito orgulho, entusiasmo e saudade, mas nunca se esqueceu da cidade que o acolheu e de todos os amigos que havia feito.

Era um contador de casos e histórias. Em uma dessas histórias dizia que quando ele partisse, e que seria daqui uns 100 anos, ele estaria na sua terra natal; e essa história foi verdadeira, estava na sua terra com o irmão, cunhada, sobrinhos, sobrinhas, amigos da sua juventude. Tinha visitado a todos, revisto amigos de décadas, estava muito feliz e realizado.

Como um homem de fé que era antes de Deus o levar, ele ainda teve seu último ato de bondade: na sua vontade, ele ainda salvou dez vidas com a doação de seus órgãos. Ele sempre ficará em nossos corações, e existem 10 pessoas nesse mundo que estão com um pouquinho dele. Deus escutou seu pedido e o realizou, e quis que sua morada eterna fosse sua terra natal.