Populares lotam primeira reunião noturna da Câmara

Pedidos de bolsas de estudos são feitos por universitários Mais de oitenta cidadãos, sem contar servidores e parlamentares, lotaram a sala de Sessões Presidente Tancredo Neves, na Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso, para a reunião ordinária realizada na noite da última quinta-feira (12). Foi a primeira vez que a atual Legislatura se reuniu em sessão noturna, horário que se tornará praxe a partir de agora, sob justificativa de que as sessões matutinas impossibilitavam a presença de populares. A sessão noturna do dia 12 teve outra singularidade, além do comparecimento do eleitorado. Foi palco para a participação popular através do uso da tribuna, fazendo jus ao nome de origem latina parlamento, significando grosso modo o lugar destinado à fala. Algumas senhoras do grupo de Tai Chi Chuan da Diretoria de Saúde solicitaram, através de cartazes, a volta e permanência do professor José Paulo às atividades que são desenvolvidas em praça pública. Os vereadores Antônio Picirilo e Ademir Santos (PSC) informaram que ele voltará tão logo providencie os documentos necessários à regularização de seu cargo junto à Prefeitura. Bolsas de estudo Alguns alunos da Faculdade Libertas se mobilizaram e compareceram à sessão para pedir bolsas de estudos. O vereador Ademir Santos (PSC) esclareceu que tal medida cabe ao Executivo, que negou-se a dar esta subvenção aos estudantes neste ano. De acordo com Ademir, a alegação do prefeito Mauro Zanin é que no passado o benefício foi usado para beneficiar amigos próximos e familiares dos parlamentares. O estudante de 2º ano de Administração, José Luiz dos Santos usou a tribuna para fazer referência ao Art. 218 da Lei Orgânica Municipal, que assegura bolsas de estudo a alunos carentes que estejam cursando o ensino superior. José Luiz Corrêa (PT) pediu a palavra e discorreu sobre a importância da Lei Orgânica. “A maior lei do Município é a Lei Orgânica e nela há um artigo que dá esperanças de bolsas de estudos aos estudantes. O Prefeito tinha que dar subvenção sim! A atitude dele é arbitrária e fere a Lei Orgânica. Que mudemos a Lei Orgânica”, declarou. Walker Américo Oliveira (DEM) prestou esclarecimentos jurídicos à questão. Disse que o artigo 218 menciona a necessidade da subvenção ser regulamentada através de lei complementar. De acordo com Walkinho, a regulamentação deve ser feita para se fazer valer a Lei Orgânica. Outros vereadores se manifestaram a favor dos estudantes, havendo inclusive comparação entre gastos feitos com o carnaval e a falta de verbas para subvenção social. “Não tenho nada contra o carnaval, mas foram gastos 110 mil reais e, mesmo assim, a população o classificou de péssimo. Falta vontade política da Prefeitura para ajudar os estudantes”, afirmou o vereador Sergio Aparecido Gomes (PSDB). A estudante de Administração, Xiênia de Souza França falou em nome dos estudantes. Ela argumentou sobre a necessidade de se resolver com urgência esta situação. “Precisamos de dinheiro neste ano, o nosso problema é neste ano. Pedimos encarecidamente ao líder do prefeito, Walkinho, que marque uma reunião com ele para termos ajuda ainda neste ano”, propôs Xiênia. O presidente da Câmara, Ailton Rocha de Sillos, aproveitou o ensejo para afirmar que pedirá uma audiência pública entre Mauro Zanin, o Legislativo e os estudantes para que uma resposta seja dada a respeito da questão.