Tribuna: Feirantes buscam soluções para retomada de atividades meio à pandemia

A Tribuna Livre da Câmara Municipal foi utilizada por feirantes de São Sebastião do Paraíso durante a reunião dessa segunda-feira (29), os quais reivindicaram sugestões aos vereadores para a retomada das atividades no município, uma vez que estão paralisadas devido à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a feirante Maria do Carmo Soares de Souza, a situação é delicada. "Estamos atravessando um momento difícil por conta da pandemia, pois dependíamos da feira para levar o sustento à nossas famílias. Muitos já não conseguem vender seus produtos como antes. Tivemos ajuda da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário, que nos deu todo o apoio, mas ainda enfrentamos dificuldades. Solicitamos a vocês, como legisladores, que sugiram ideias para que nos coloquem em um ponto mais estratégico", pediu, mencionando a realização das feiras no modelo "drive thru". Ela ainda apontou que não há aglomeração nas feiras e destacou a necessidade de se valorizar o trabalho do homem do campo. "Sabemos que há regras e decretos, mas deve ser assim para todos. Mercados, farmácias, bares e adegas estão lotados", disse.

O vereador José Luiz das Graças (PRB) defendeu que as atividades realizadas pelos feirantes devem ser consideradas como serviço essencial. "Os mercados e as casas de frutas estão abertos e vendem os mesmos produtos que os feirantes". Ele sugeriu que fosse criado um estabelecimento fixo na cidade, de modo que os produtores possam vender de forma equivalente a mercados. "Se podem funcionar farmácias, mercados... Pode ser criado um local para que vendam no mesmo sistema", argumentou.

O presidente da Casa, Lisandro Monteiro (SD), afirmou que acompanhou os trabalhos dos feirantes e percebeu que alguns deles estão perdendo mercadorias devido à paralisação das atividades. Ele defendeu a retomada das atividades seguindo as medidas sanitárias necessárias. "Tem gente jogando caixa de alface e tomate fora. Acredito que a feira deve continuar no local onde era realizada, no 'Campão'. Basta fazer o fechamento do local com gradil, disponibilizando álcool gel, assim como os mercados estão fazendo".

O feirante Ademir Klagenberg destacou que o sistema de "drive thru" que foi implantado (de forma que os clientes retirassem os produtos sem descerem dos veículos) não teve os efeitos esperados. "Chegou um freguês no balcão pedindo um pastel, mas ele foi embora porque o fiscal não deixou ele esperar o feirante fritar. O que nos foi passado era isso, pegar a mercadoria e ir embora, mas fica difícil. Muitas pessoas chegam a pé e querem ficar no balcão, também é direito do feirante ter um distanciamento".

O vereador Vinicio Scarano (CIDADANIA) defendeu a proposta de se realizar a feira ao ar livre, com controle de acesso. "As academias estão abertas, os mercados estão lotados, então os feirantes também têm o direito de exigir tal solução. Essa é a solução mais viável, voltar ao lugar em que estavam com controle de acesso".

Sérgio Gomes (PSD) também apontou soluções para a retomada das atividades: "existe um protocolo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que cria um manual para as feiras livres. Há alguns fatores para que feirantes e órgãos administrativos tomem providências para a continuidade das feiras sem colocar a saúde da população em risco. O documento determina que as feiras devem ser feitas em locais amplos, com espaçamento entre as bancas e clientes, álcool gel e uso obrigatório de máscaras".